Tom Cavalcante contrata agente de Jim Carrey e tenta fama em Hollywood .
Olá boa tarde a todos .Na vida tudo demanda esforço ; pois nada vem de
graça .
Quando se mudou para Los Angeles, há um ano, o
humorista Tom Cavalcante tinha uma ideia fixa: "Foi um insight. Chegar à
terra de Brad Pitt, comprar um schnauzer e colocar o nome de Brad Pet".
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A homenagem canina ao astro de Hollywood e o
trocadilho com animal de estimação em inglês causaram o impacto desejado.
"Você precisa ver o sucesso que ele faz no banho e tosa, no veterinário.
Todo mundo o conhece."
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O cãozinho recebeu com festa a repórter Eliane
Trindade no apartamento que o comediante mantém em Higienópolis, em SP. Tom,
51, está no Brasil para uma série de shows, incluindo dois no Pikadero, na Vila
Olímpia, ontem e hoje. Depois, retoma a vida nos EUA, onde almeja ter a fama já
conquistada por seu cachorro. "Quero dicas do Brad Pet pra chegar
lá."
Tom Cavalcante tenta fama em Hollywood
"Depois de 21 anos, eu me sentia
saturado", diz o cearense ao narrar a decisão de deixar o país por um
tempo para tentar a sorte na Meca do cinema. Após sete anos na Record e um
antes do fim do contrato, diz ter procurado os bispos em 2012 para fazer um
acordo e deixar a emissora. "Escrevia, atuava e dirigia, um trabalho muito
duro. E ainda tinha que dar conta dos shows pelo Brasil."
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A ruptura foi radical. Deu um tempo em tudo. Antes
de carimbar o passaporte, organizou a vida. "Só uma coisa me irritou: o
montante de cheques que tive de fazer para sair daqui. O Brasil é quase uma
prisão fiscal, sabia?"
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Deixou os dois filhos mais velhos -Ivete, 29, e
Ives, 26-que fazem faculdade em São Paulo. Desembarcou em West Hollywood com a
mulher e a filha mais nova, Maria, 14. E logo a família cresceu com a chegada
de Brad Pet.
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Matriculou-se em um intensivo de inglês. Em alguns
períodos, chegou a encarar oito horas diárias de aulas. Tinha certa fluência,
mas o propósito é dominar o sotaque californiano. "É o que quero aprender
para trabalhar no cinema. Corresponde ao acento carioca que vai para as
novelas, entende?"
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Conta que não demorou a entender expressões como
"have a good one", o corriqueiro "tenha um bom dia", menos
literal. Fez workshops na New York Film Academy e contratou profissionais
norte-americanos para atuar ao seu lado em "seu cartão de visitas" em
Hollywood: um curta-metragem que bancou com seu próprio dinheiro.
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Em "Pizza me Mafia", Tom faz três papéis
(Joe, Mamma e Tom Calzone) para contar uma história de amor e traição
envolvendo mafiosos. A première, para 500 convidados, foi no principal teatro
da Paramount, um dos maiores estúdios do mundo.
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Coisa de nordestino atrevido. "Foi um
acontecimento. Tenho sangue do Chateaubriand, que dava festa no palácio de
Buckingham." Refere-se a Assis Chateaubriand, o Chatô, empresário e
jornalista brasileiro conhecido pela ousadia.
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"Causou espanto encher um teatro em Hollywood
que até os americanos têm dificuldade para lotar", testemunha Patrícia,
mulher de Tom e produtora do curta. O marido não revela quanto gastou. Patrícia
solta apenas um dos custos: o aluguel de duas câmeras e técnicos que
trabalharam em "Transformers", por US$ 15 mil (R$ 36 mil).
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Tom não economiza no seu sonho. Preparou um
"resumé", seu currículo em inglês. Projeta o vídeo de 12 minutos em
uma das salas de seu apê convertida em cinema. Logo abaixo da telona, estão
seus quatro troféus Imprensa, prêmio conferido pelo SBT. "São meus
Oscars." Três por "Sai de Baixo" (Globo) e um de humorista do
ano.
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Na edição dos seus melhores momentos para gringo
ver, selecionou "Bofe de Elite", paródia de "Tropa de
Elite". Tudo com legendas em inglês. A mais divertida é a tradução do
quadro "Bruna Cachoeirinha", inspirado em Bruna Surfistinha.
Travestido da garota de programa, Tom recebe clientes com frases como
"Prepare-se, a Jiripoca vai piar" traduzida livremente para "Get
ready, the snake will smoke [a cobra vai fumar]".
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Na tela, desfilam celebridades com as quais cruzou
nos estúdios da vida, como Julio Iglesias e Roberto Carlos, que conheceu quando
era radialista. Reencontraram-se na Globo. Já famoso, o cearense participou do
especial de fim de ano do cantor.
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Em seu aniversário de 50 anos, Tom ganhou um
presentão do Rei: um Corvette importado. O esportivo americano (2012) é
avaliado em mais de R$ 300 mil. "Só tinha ganhado carrinho de plástico
quando era pequeno", diverte-se. Na mudança para L.A., a preocupação era
deixar o carrão na mão do filho. "O menino é proibido de aterrorizar nas
curvas da estrada de Santos."
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É grato a Roberto também pelo encontro com Patrícia,
com quem está casado há 18 anos. Os dois se conheceram na gravação de um
especial do cantor. "De certa forma, ele me deu a Patrícia e um carro.
Agora só falta a casa", brinca. O casal vai se reencontrar agora com o
padrinho nos dez anos do Cruzeiro Emoções, dias 8 e 9. Tom também fará shows no
navio.
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Em Los Angeles, coleciona autógrafos. Levou a filha
ao lançamento do livro de Jim Carrey, o comediante estrangeiro com o qual mais
se identifica. "Ele foi simpaticíssimo", diz sobre o astro de "O
Máscara" e "Debi & Loide". Tietou Adam Sandler, outro nome
quente da comédia por lá. "Curti isso de ver um artista e ir lá falar. Dar
uma de fã."
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Já foi esnobado. Madeleine Stowe, a Victoria
Grayson da série "Revenge", recusou-se a tirar foto, com a desculpa de
estar sem maquiagem. "Quando tenho oportunidade conto que sou humorista e
ator. Imediatamente, eles mostram respeito."
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É vizinho de Seu Jorge, que também passa temporada
em Los Angeles, e com quem costuma tomar vinho. Sérgio Mendes, outro brasileiro
famoso na área, vai virar parceiro. Os três pretendem subir ao palco juntos.
"Eles toparam. Sérgio começa tocando, passa a bola pra Seu Jorge e eu
entro no final imitando Sinatra." A ideia é estrear o espetáculo em
setembro.
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Hollywood é um recomeço. "Tô chegando humilde.
É como sair do Ceará pro Rio e ir bater na porta da Globo." Já foi aceito
por uma empresa de relações públicas que trabalha com bambambãs como Jim
Carrey. "Por enquanto, é tudo no vamos ver. É como aparecer um menino do
Maranhão e dizer: Tom, deixa eu trabalhar contigo?"
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Ele corre atrás de um Chico Anysio, mestre que lhe
deu a primeira chance na TV, de lá. Ficou dez anos na cola do conterrâneo
pioneiro até ter uma oportunidade como redator. "Não tem essa de chegar e
logo trabalhar. Funciona assim: o cabra tá lá no set e o cara que ia carregar
bandeja na cena não apareceu. O diretor, então, te manda vestir a roupa de
garçom."
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O investimento é de longo prazo. "Primeiro,
queria entender a engrenagem e atuar com os caras lá." Em paralelo, começa
a desenhar seu primeiro longa, em português mesmo, de olho no boom das comédias
nacionais. "Quero começar minha vida no cinema imitando o Renato Aragão,
um vencedor nessa história."
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Será uma coprodução Brasil/EUA. E, com os
compromissos de Tom, o cãozinho Brad Pet já está se adaptando à ponte aérea.
Deu uns rolês pelo shopping Pátio Higienópolis e já obedece a ordens em português.
É um sucesso também na Pauliceia, of course.
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